Moinhos da Montaria
Ponto de interesse

Moinhos da Montaria

São Lourenço da Montaria apresenta uma excecional quantidade de moinhos de água. Foram inventariados 42 engenhos tipicamente serranos, que terão uma antiguidade superior a, pelo menos, 150 anos. Os moinhos de água eram essenciais à economia rural tradicional, transformando o milho, cereal que revolucionou a agricultura no Minho, na farinha, a partir da qual se confecionava a broa, base da alimentação.

Os moinhos da Montaria possuem somente um rodízio. São construções de pequenas dimensões, em pedra solta. A sua construção era empreendida por acordo entre diferentes famílias, que partilhavam os custos de aquisição de algumas peças (telhas, ferragens e mós) e se entreajudavam nos trabalhos de carpintaria e alvenaria.

Estes moinhos de rodízio eram geridos no quadro de um sistema de propriedade partilhada por “herdeiros”. Os moinhos pertencem a um determinado conjunto de pessoas, perfeitamente identificadas que medem a sua posse pelo tempo de utilização a que têm direito. Os direitos de utilização dos moinhos eram regulados por sistemas de ciclos.

Em 1999, teve início o Projeto de Recuperação dos Moinhos da Montaria, numa parceria entre a Câmara Municipal de Viana do Castelo e a Associação Desportiva e Cultural Montariense, permitindo o restabelecimento ou melhoria das condições de funcionamento de 14 moinhos de água, que se mantiveram na posse dos seus proprietários.

No lugar da Costa, onde nos encontramos, existem 4 moinhos, 3 dos quais ainda se encontravam aptos a laborar em finais do século XX.
Na margem direita do ribeiro dos Campos, junto do sopé da vertente ocidental do maciço granítico da Serra de Arga, encontram-se o Moinho Pequeno, o Moinho Grande, o Moinho do Sapato, o Moinho de Baixo e, ainda, um Engenho de Serrar, já em estado de ruína.
Construídos em alvenaria de granito, estes moinhos apresentam planta retangular, telhado de uma água coberto com telha de meia cana e dois pisos funcionais. No inferior encontra-se um cabouco, onde labora um rodízio de ferro e, no superior, com pavimento em madeira, a moenda. O transporte da água faz-se através de um caleiro de pedra e a sua regulação por meio de seteira com pejadouro de madeira.

ALMEIDA, Carlos a. Brochado de; GONÇALVES, Mário Carlos Sousa (2010). Inventário dos Moinhos de Água e de Vento, Engenhos e Lagares de Azeite, Cadernos Vianenses, Tomo 45, Câmara Municipal de Viana do Castelo, Viana do Castelo.

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