Centro de Interpretação Ambiental da Área Protegida das Lagoas de Bertiandos e São Pedro de Arcos
Ponto de interesse

Centro de Interpretação Ambiental da Área Protegida das Lagoas de Bertiandos e São Pedro de Arcos

Declarada Zona Húmida de Importância Internacional, pela raridade dos seus habitats e pela elevada biodiversidade que sustenta, a Área Protegida das Lagoas de Bertiandos e São Pedro de Arcos desenvolve-se em torno de duas lagoas e margens do Rio Estorãos, numa área total de cerca de 350 hectares.

O Centro de Interpretação Ambiental da Paisagem Protegida das Lagoas de Bertiandos e S. Pedro de Arcos proporciona um conjunto alargado de atividades de educação ambiental e constitui-se como o ponto de partida para a descoberta desta área protegida, através de percursos pedestres, rotas e postos de observação. Possui ainda um espaço expositivo / interpretativo dos valores naturais e culturais da região, mediateca, auditório e uma loja.

Esta Área Protegida visa a conservação da única Zona Húmida classificada do Norte de Portugal, que ocupa a depressão atravessada pelo sector final do rio Estorãos, afluente do Lima, abrangendo as lagoas de S. Pedro e Mimoso. As lagoas são rodeadas por pastagens húmidas naturais com sebes de compartimentação, bosquetes de folhosas e, nas colinas circundantes, por povoamentos florestais (pinhais). Nas veigas subsiste a prática agrícola e, em áreas limítrofes, há vinha em bordadura e olival disperso. Galerias de vegetação ripícola acompanham as linhas de água.

A Área Protegida desenvolve-se no alvéolo de Bertiandos, depressão que resultou da erosão diferencial do granito de duas micas de Antelas e Santo Ovídio. Segundo Carlos Leal Gomes (2008) “o granito que rodeia quase totalmente o alvéolo aparenta uma forma em domo esventrado
conhecida como anel de Santo Ovídio ou anel de Bertiandos.

A nível patrimonial, encontram-se nas freguesias integradas na Área Protegida, vestígios arqueológicos que indiciam a possível existência de "casais romanos", unidades de exploração de dimensão familiar datadas da romanização. Entre estes são dignos de nota a Quinta da Lage e a Quinta de Pentieiros (S. Pedro de Arcos, Ponte de Lima). Nos lugares de Castanheira e Louredo (Sá, Ponte de Lima) a descoberta de "tegulae" sugere a existência de habitats romanos. O lugar de Casais (Estorãos, Ponte de Lima) corresponde a uma vasta área mineira explorada na época romana, muito provavelmente apoiada pelo castro da Bouça, um habitat mineiro de baixa altitude, com ocupação contínua durante a Idade do Ferro e Romanização.

GOMES, C. L., ALVES, R. C., BENTO, V., & LIMA, F. (2008). Fisiografia e geomorfologia. In: ALONSO, Joaquim Mamede, ed. As condições naturais e o território de Ponte de Lima. Município de Ponte de Lima, Ponte de Lima.

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